2008-11-27

Fugir eternamente

Antes de passar ao tema deste texto, vou deixar duas ideias no ar:
1. Quando eu pensava que ninguém me ouvia, afinal toda a gente me escutava.
2. O silêncio leva a múltiplas interpretações, mas o desconhecimento é só isso - desconhecimento.

Agora sim, passemos ao referido tema.

Será que a vida pode ser levada num único sentido? Puxando o seu fio condutor numa só direcção e nela num único sentido?
E mesmo que assim seja, que se faça esse esforço, o fio desgastar-
-se-á... Haverá quem o queira cortar; impasses, estagnações... desilusões.

Acho que há um termo que aqui falta basicidade. A capacidade de se ser básico e limitado. Ser básico, ser... in your face é inverso a ser inteligente?
Ser inteligente é complicar tudo? É jogar aos quarenta apanha? E confundir termos?
Confundir por confundir, que confundamos tudo. Pois se chegamos a esse ponto, então: será que há algum ponto, algum momento na vida em que tenhamos tudo completamente claro e definido? Ou pelo menos metade?... Entre termos, conceitos e raciocínios falta apenas uma noção - limite.

2008-10-20

Onde? O quê?

De tudo o que me lembro de escrever e acabo por escrever num qualquer pedaço de papel, onde depois fica esquecido, sobrou hoje isto: onde pára o romantismo? Onde começa? Onde é que ele está? O que é? E porque o desejo eu? Nem sei o que é...

2008-10-06

Relativizar

Em cada dia a Terra completa uma volta sobre si mesma. Nós giramos com ela. Assim sendo, todos os dias temos a oportunidade de, de algum modo, olhar o Universo de pontos de vista diferentes. Ainda assim, preferimos continuar a olhar uns para os outros. A cruzar-nos. Trocar ideias. Ter um quotidiano até. E com esta distracção, esta vida, acabamos por esquecer aquilo a que fazemos parte. Este Big Bang que todos os dias parece ocorrer quando mecanicamente vivemos, mal o nosso astro maior se vislumbra.
Não que a escuridão não seja frutífera. Não. Mas uma maçã, como todo um espectro de frutos que completa a totalidade de qualquer banca, nasce de um equilíbrio particular entre noite e dia. Se os sonhos vêm da noite, as suas concretizações acontecem de dia e com elas mais sonhos, outra realidade, novas formas de progredir.
E quando o sol se põe, parece ficar apenas um vazio, uma miragem chamada lua, restando apenas o agradecimento por mais um dia, por mais uma volta, pela coragem... A lua não faz assim tanto, sejamos sinceros. Desconhece até os efeitos da sua passagem. Marés? Queda da folha? A ânsia por que mais aconteça pode parecer não cessar. Mesmo assim acontece, com ansiedade ou sem ela.

2008-09-02

O desporto para as mulheres ou as mulheres e o desporto

Este tema atormenta-me desde há muito e resume-se a uma questão: por que é que um homem pode praticar desporto juntando um pequeno grupo de amigos para uma jogatana de qualquer coisa, até aos 40, 50, 60 anos e, por outro lado, uma mulher se quiser fazer desporto, terá que se arranjar muito arranjadinha e exibir-se diante de um espelho a imitar uma coreografia estúpida qualquer, ou por outro lado, fazer o que lhe mandam fazer em cima de um aparelho qualquer sofisticado?...
A componente lúdica, de jogo, de descontracção que eu aprendi a associar ao desporto e que está inerente ao verdadeiro espírito desportivo, mesmo com competição, está reservada a quem? Não existe?
Quem gosta dessa componente é infantil? Só quem deixa de ser saudável e de fazer aquilo que gosta é que é maduro? O crescimento implica só responsabilidades e vícios?
E haverá respostas, muito plausíveis até, a cada uma destas questões. Serão fundamentadas por inúmeras teorias e acho que até eu as poderia aqui escrever. Apenas não existe ninguém que nelas acredite.

2008-06-01

Cansaço

O cansaço leva-me a pensar em possibilidades. Por exemplo, o que teria acontecido, como seria eu agora se tivesse estudado outra coisa? Será que eu estaria bem se a minha mãe tivesse apoiado a minha ideia tonta de querer ingressar no exército?

Há mais questões. Que tal… Se eu fosse uma pessoa mais aventureira viveria mais feliz? Se desse menos importância ao que os outros me dizem continuaria a saber ouvir?

Por que é que não devemos ter ídolos? Penso nisto muitas vezes. Eu devo ter uma meia dúzia deles e realmente percebo que muitas vezes se eu não os tivesse era uma pessoa mais livre. Não me preocupava com os seus actos. Não me aborrecia com os seus erros. E as minhas alegrias dependeriam única e exclusivamente de mim, da minha vida real. Mas os ídolos também são reais. São pessoas. Têm vida. Será que a vida dos nossos ídolos está assim tão deslocada da nossa realidade? Muito provavelmente sim.

Alguns dos nossos ídolos têm muito poder e, desse modo, encaram naturalmente a vida de uma maneira mais ambiciosa. Outros têm muito dinheiro e não se preocupam com nada que seja comprável, gozando de luxos estupidamente fúteis ou incrivelmente desejáveis. E depois há também aqueles ídolos que são geniais. Têm um dom e destacaram-se com ele. Esses são aqueles que invejo mais e que mais pena tenho que sejam apenas ídolos e, como tal, inatingíveis. No entanto, os ídolos são imagináveis. Aliás, uma boa parte do que é um ídolo é imaginado por nós, transformando-o numa personagem nem sempre fiel à sua realidade.

Um ídolo não é um santo. Um santo foi um ser humano, mas já não vive; um ídolo nem sempre tem uma história heróica irrepreensível, como as dos santos; e podemos comprar uma imagem de um santo para todos os dias lhe pedirmos algo.

Vou continuar a gostar dos meus ídolos, quer eles queiram ou não queiram, estando longe ou perto.

2008-05-31

Introdução

Este é apenas mais um blogue. Ao escrevê-lo não tenho grandes expectativas nem anseios, servindo-me apenas para abrir os meus pensamentos aos outros.