2010-03-28

Estado de espírito

Gostava de citar o meu pai, que enquanto via um programa de comentário político saiu-se com a seguinte expressão: "Tantos problemas em Portugal e vem este agora falar da América!".

2010-02-09

Longa se torna a espera

Gostava de neste pequeno texto conseguir fazer uma crítica social à situação portuguesa e de modo completamente desapegado. Julgo não ser capaz de tanto, portanto vou fazê-lo a partir da perspectiva de uma jovem licenciada com 26 anos e em situação de desemprego ou, pelo menos, em situação de emprego bastante precária.

Há um par de meses, ouvi o senhor professor António Câmara falar na Prova Oral. Não me lembro qual era na altura o tema concreto em discussão. Mas lembro-me bem de o ouvir defender uma ideia de desvalorização de médias escolares e universitárias em favor de um portfolio. Apesar de eu compreender o seu ponto de vista, esta ideia revolta-me de sobremaneira. Posso compreendê-la, mas não a entendo.

Ora bem, o único modo que eu tenho para tentar entender aquele ponto de vista é pegar na ideia de que uma nota numa disciplina ou cadeira tem uma componente subjectiva. Mas a vida é mesmo assim. Um portfolio não tem também uma componente subjectiva? Não pode pretender mostrar mais do que aquilo que somos ou fizemos na realidade? Ou, por outro lado, mostrar menos? Pelo menos uma média ou uma nota é uma forma padrão de avaliação. Não quero com isto dizer que uma pessoa com 10 de média final de faculdade não possa ser um grande trabalhador, mas há-de querer dizer alguma coisa... Basta descobrir o quê.

E, na profissão que eu escolhi, o portfolio parece ser muito importante e todo o meu esforço escolar nem por isso. O que me leva a pensar que provavelmente não tenho talento e sou apenas uma pessoa esforçada.

O desemprego em si é uma situação exasperante e arrasadora. Sinto que não dou qualquer contributo para o mundo. Sinto que a inteligência, na qual me apoiava para ser mais forte, afinal são balelas. E quando vejo que alguém escreve numa revista que este país forma funcionários e não empreendedores, sinto-me uma completa falhada.

Tento agora neste parágrafo não acabar este texto com uma ideia triste, porque o que eu quero é ser feliz, mas também quero ter sucesso.