O Verão está aí, e com ele o calor e uma ou outra noite mal dormida. Então toca a dissertar, antes de ser hora de acordar, ou, neste caso, antes de sair do desconforto da cama.
Para já todas as cidades têm zonas melhor ou pior frequentadas, ou então, zonas das quais uns gostem mais e outros gostem menos. Mas aqui trata-se de uma área central de Lisboa que simplesmente é deixada ao abandono em aspectos essenciais, naquilo a que alguns designam por urbanidade. Quanto a mim, o principal problema é a higiene. Sim, higiene urbana.
Sensivelmente uma vez em cada mês, os funcionários da Câmara Municipal de Lisboa pegam na sua mangueira e ligam-na a uma boca de incêndio e varrem o términus da Av. 24 de Julho com água. O que só é útil devido a umas árvores e à respectiva folhagem que cai no chão. Do limite da avenida em direcção ao interior da cidade: mangueira+água+vassoura=0. Então, uma pessoa entretem-se a tentar estimar o tempo que passou desde que um ou outro pombo foi atropelado, o que, além de ser nojento é difícil. Mas pode ter o seu interesse em termos de biodegradação.
Por falar em biodegradação, podemos também pensar na degradação da espécie humana. E aí o tema é outro. De manhã, é sempre bom ouvir da voz de uma senhora: "Estou-te a dizer (...) a polícia esteve aqui toda a noite. Não sei de nada disso." Pois é, cada um tem que ganhar o seu, mas há formas mais bonitas de o ganhar e outras não só mais feias, mas também mesmo mesmo feias.
Quanto ao senhor que costuma dormir a sesta à entrada da igreja, simplesmente gostava que ele tivesse uma casa, mas para isso tinha que poupar na vinhaça e, nesta altura da sua vida, não sei o que lhe interessará mais. E, sinceramente, aquele banco ao fim da tarde recebe sol de um ponto que convida mesmo a uma bela soneca.
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