2009-10-21

O Mundo na Alegria de uns Carris

Num comboio a vida segue sobre carris.
Como eu gostava de ter uns carris debaixo dos meus pés. E eu própria um comboio, seguia estação a estação na pacatês de um qualquer dia.


Começou a chover. A humidade impõe-se. O cinzento impõe-se e impera sobre as outras cores.
Depois de uma época de fervor eleitoral, cada um olha para si próprio e deixa de projectar expectativas no que se encontra fora de si.
Pois as minhas expectativas eleitorais foram quase todas pelo cano abaixo. Não foram jogadas ao vento... apenas continuam aqui num cantinho dos meus sonhos.

E depois dos interesses, das jogatanas, dos comentários, dos comentadores dos comentários e de tudo mais que girasse em torno das ditas eleições... Só ficam as pessoas e a capacidade de se olharem ao espelho e de poderem ser felizes só com o seu reflexo.

Esse sonho de querer fazer história, de que é que vale? Eu própria o tenho, ou tinha, ou tive, ou terei. Mas a história faz-se todos os dias e só será escrita daqui a uns quantos anos. Interessará, portanto, aquilo que no dia-a-dia somos felizes a fazer e nos motiva para continuar?

2009-07-02

Eleições no Benfica

Estou indignada! O garoto candidato à presidência do Benfica tanto gosta de democracia, que em vez de se sujeitar a umas eleições livres arranja esquemas para as impugnar e para fazer de um acto eleitorar uma lavagem de roupa suja que me envergonha enquanto benfiquista. Só isto faz com que ele perca toda a credibilidade que poderia ter e torna-o indigno de poder presidir uma instituição como o SLB.

E agora que já desabafei. Viva o SLB!

2009-06-23

Do porquê da OA se situar num local de má frequência

O Verão está aí, e com ele o calor e uma ou outra noite mal dormida. Então toca a dissertar, antes de ser hora de acordar, ou, neste caso, antes de sair do desconforto da cama.

Para já todas as cidades têm zonas melhor ou pior frequentadas, ou então, zonas das quais uns gostem mais e outros gostem menos. Mas aqui trata-se de uma área central de Lisboa que simplesmente é deixada ao abandono em aspectos essenciais, naquilo a que alguns designam por urbanidade. Quanto a mim, o principal problema é a higiene. Sim, higiene urbana.

Sensivelmente uma vez em cada mês, os funcionários da Câmara Municipal de Lisboa pegam na sua mangueira e ligam-na a uma boca de incêndio e varrem o términus da Av. 24 de Julho com água. O que só é útil devido a umas árvores e à respectiva folhagem que cai no chão. Do limite da avenida em direcção ao interior da cidade: mangueira+água+vassoura=0. Então, uma pessoa entretem-se a tentar estimar o tempo que passou desde que um ou outro pombo foi atropelado, o que, além de ser nojento é difícil. Mas pode ter o seu interesse em termos de biodegradação.

Por falar em biodegradação, podemos também pensar na degradação da espécie humana. E aí o tema é outro. De manhã, é sempre bom ouvir da voz de uma senhora: "Estou-te a dizer (...) a polícia esteve aqui toda a noite. Não sei de nada disso." Pois é, cada um tem que ganhar o seu, mas há formas mais bonitas de o ganhar e outras não só mais feias, mas também mesmo mesmo feias.

Quanto ao senhor que costuma dormir a sesta à entrada da igreja, simplesmente gostava que ele tivesse uma casa, mas para isso tinha que poupar na vinhaça e, nesta altura da sua vida, não sei o que lhe interessará mais. E, sinceramente, aquele banco ao fim da tarde recebe sol de um ponto que convida mesmo a uma bela soneca.

2009-05-16

Ursos

Às vezes penso se os humanos não serão também um pouco como os ursos e não têm fases de hibernação.