Não faço a mais pequena ideia da percentagem de portugueses que quer ou não quer ter filhos. Aquilo que sei é que tenho 33 anos e não tenho filhos, mas não é por não querer. Será que 7,3% das portuguesas em idade fértil comprariam o jornal se dissesse «Mulheres sem filhos estão fartas de mulheres com filhos que não sabem falar de outra coisa»? Não, porque o que sentem as mulheres sem filhos não é relevante sociologicamente.
2017-12-02
É assim a vida
Não faço a mais pequena ideia da percentagem de portugueses que quer ou não quer ter filhos. Aquilo que sei é que tenho 33 anos e não tenho filhos, mas não é por não querer. Será que 7,3% das portuguesas em idade fértil comprariam o jornal se dissesse «Mulheres sem filhos estão fartas de mulheres com filhos que não sabem falar de outra coisa»? Não, porque o que sentem as mulheres sem filhos não é relevante sociologicamente.
2013-07-14
Late bloomer
Assalta-me o pensamento o conceito de senhora. Isto porque me foi apresentado hoje sob o modo simplista de que uma senhora é uma mulher casada. O dicionário indica que este é o conceito popular.
Então, pesquisando menina no dicionário, verifiquei que também pode significar prostituta.
Raios e coriscos para as definições e interpretações múltiplas das palavras.
2013-07-05
10k
Diz-se por aí que cada cabeça sua sentença. Pois parece-me que na sentença dos mais novos residem as maiores alegrias.
Já as maiores realizações, parecem-me provenientes da ultrapassagem de obstáculos pessoais.
2013-01-07
Bom ano novo
Quando se diz que a saúde é o mais importante ela parece assumir um papel banal no dia-a-dia. No entanto, quando a saúde nos falta parece-me que, em algumas situações, nos falta a auto-consciência para percebermos como estamos a ser afetados.
A saúde, e a falta dela, fazem parte da nossa vida. Mas não são coisas banais.
Saúde! E brindamos.
Saudinha, deseja-se por aí. E passa a ser tão banal como dizer "Valha-me Deus" ou "Ai minha nossa senhora".
Ao que pergunto, qual o plano de Deus e Nossa Senhora quando não nos dão saúde? Quando não nos valem.
Por isso, neste meu brinde a 2013, em vez de dizer "Tchim tchim" digo "Saúde!", para que na sua banalidade nos sorria e partilhe um pouco com todos nós o seu benefício.
2012-07-04
A maldita dúvida
Eu duvido demais e quero, por isso, deixar de o fazer. Mas quando duvidam de mim fervo, e fervo, e continuo a ferver. Até ferver demais e entrar em ebulição e já não dizer coisa com coisa.
O vapor é algo volátil e aparentemente mais frágil do que a água, mas não deixa de ser incrível quando olhamos para uma nuvem, para uma cafeteira a ferver, para as gotas a condensarem nas paredes frias.
E assim duvidando se vai andando, tentando que o fervor fortaleça ou se torne num forte fechado, triste e em ruínas.
2012-01-20
Para quê?
Não compreendo a arte de comparar salários na praça pública. Ou de fazer disso tema de excessivo comentarismo.
É que ainda por cima quem muitas vezes o faz não parece ter razão de queixa no final do mês. Então é a arte de desdenhar? De desviar atenções? De falar mais em nome de um suposto ideal do que em seu nome?
A luta pela justiça social? Muito bem. E é pela crítica e retórica que ela vai ser encontrada? Ou constrói-se no dia-a-dia?
Sinceramente, não sei, mas penso sobre isso.
2012-01-08
To: Cc: Bcc:
Quando aprendi a escrever, aprendi a escrever cartas e ainda não havia modelos de correio eletrónico. Numa carta havia um destinatário, que depois tinha a liberdade de a mostrar a quem quisesse. Hoje em dia, de vez em quando passa uma avioneta e despeja uma série de panfletos:
Boas festas a todos.
Um ano feliz.
E por aí fora.
Se antes a correspondência era enviada para uma pessoa, hoje temos que pensar sempre «quem é que eu quero que leia isto».
Então, quando me fazem uma pergunta, eu respondo. E lá fica o Cc e o Bcc e o Fw para trás.
Enviar um e-mail só com um destinatário começa, assim, a parecer errado. Ou é? Ou é mais rápido? Ou é profissionalismo?
Mmm?
A falta dele?